Monday, October 12, 2009

Formas femininas II

Monday, September 28, 2009

Manto de borboleta Verde

Wednesday, September 09, 2009

Fecundação (Óleo S/ tela 1m x 1m)

Meu Porto querido, amado...(para ser cantado por voz feminina)




Porto querido, Porto meu amado.
Com construções em pedra, com ruelas,
Ferro forjado a quente, de janelas,
É para ti, que eu canto este meu fado.

Meu amor, Porto em honras elevado,
Com futebol, cultura, e artes belas,
Meu rio Douro com pontes singelas,
Doce pintura, música, e fado.

Se de ti for, um dia, desterrada,
Irei morrer repleta de saudade,
De ti cidade linda, muito amada.

Porto da minha vida! Oh, cidade!
De rio amante e junto a mar deitada,
Refúgio da minha alma em tempestade.

Poema registado no IGAC juntamente com a música sob o n.º 2931/2009.

Nunca digas que é tarde, meu amor.


Nunca digas que é tarde, meu amor
Se esta vida está aqui p'ra ser vivida,
Se o amor ilumina a nossa vida,
E a tristeza e sofrimento me dão dor.

Nunca me digas “É tarde!”, meu amor
Só é tarde quando não houver saída,
P'ro sofrimento da tua partida,
em quem te adora e te ama com fervor.

Um dia que eu não possa ver teu rosto,
E ouvir tua voz doce e perfumada,
Ficarei com a amargura do desgosto,

De te perder p'ra sempre, minha amada.
Até lá tenho tudo o que mais gosto,
Depois, não tendo a ti, não tenho nada.

Monday, July 06, 2009

Porto meu Porto, querido, amado - 1ª parte - Guitarra e Voz

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Saturday, June 13, 2009

Porto meu Porto, Querido, Amado - 1ª parte - Guitarra

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Thursday, July 06, 2006

Amizade do Coração - Óleo S/ tela



Monday, June 12, 2006

A importância das personagens não reais nos romances




ONDAS DE PRAZER (1m x 1m Óleo S/ tela)

Todo o engenho do primeiro romancista consistiu em compreender que, sendo a imagem o único elemento essencial na estrutura das nossas emoções, a simplificação que consistisse em suprimir pura e simplesmente as personagens reais seria um aperfeiçoamento decisivo. Um ser real, por mais profundamente que simpatizemos com ele, percebemo-lo em grande parte por meio dos nossos sentidos, isto é, continua opaco para nós, oferece um peso morto que a nossa sensibilidade não pode levantar. Se lhe sucede uma desgraça, esta só nos pode comover numa pequena parte da noção total que temos dele, e ainda mais, só numa pequena parte da noção total que ele tem de si mesmo é que a sua própria desgraça o pode comover. O achado do romancista consistiu na ideia de substituir essas partes impenetráveis à alma por uma quantidade igual de partes imateriais, isto é, que a nossa alma pode assimilar. Desde esse momento, já não importa que as acções e emoções desses indivíduos de uma nova espécie nos apareçam como verdadeiras, visto que as fizemos nossas, que é em nós que elas se realizam e mantêm sob o seu domínio, enquanto viramos febrilmente as páginas, no ritmo da nossa respiração e a intensidade do nosso olhar. E uma vez que o romancista nos pôs neste estado, no qual, como em todos os estados puramente interiores, cada emoção é decuplicada, e em que o seu livro nos vai agitar como um sonho, mas um sonho mais claro do que aqueles que sonhamos a dormir e cuja lembrança vai durar mais tempo, eis que então ele desencadeia em nós, durante uma hora, todas as venturas e todas as desgraças possíveis, algumas das quais levaríamos anos para conhecer na vida, e outras, as mais intensas de entre elas, jamais nos seriam reveladas, pois a lentidão com que se processam impede-nos de as perceber (assim muda o nosso coração, na vida, e esta é a mais amarga das dores; mas é uma dor que só conhecemos pela leitura, em imaginação, porque na realidade o coração transforma-nos do mesmo modo porque se produzem certos fenómenos da Natureza, isto é, tão lentamente que, embora possamos ver cada um dos seus diferentes estados sucessivos, por outro lado escapa-nos a própria sensação da mudança).

Marcel Proust "Em busca do tempo perdido" livro 1 "No caminho de Swann"

Wednesday, April 26, 2006






Visão interior
Óleo sobre tela datado de 1978








O céu depois da morte
Óleo sobre tela datado de 1977

Saturday, April 01, 2006

Plantas minhas irmãs da vida


Plantas minhas irmãs da vida
Inspiração do “verde que te quero verde…” do Garcia Lorca…
A seiva sobe por vós acima
E a vossa verticalidade envaidece-vos…

Um dia uma planta,
Foi mudada de um vulgar vaso de jardim,
Para a frente de uma casa vistosa.
Era uma magnólia de flor branca.

Deixou cair as folhas
Com saudades do seu humilde vaso de jardim.
O jardim recebeu as folhas dia a dia.

Por fim quase despida a Magnólia,
Apenas com os troncos no seu seio
E uma ou outra folha pendurada,
Deixou brotar rebentos dos seus ramos

E numa primavera ensolarada
Pôs sua roupagem folhosa, verde, aveludada,

E frondosa a despontar, criou em mim
Uma pontada de amor fraterno.

Plantas irmãs, minhas amadas.

Sunday, February 05, 2006

É segredo


Gabriel Magalhães, obteve o prémio da APEL – Associação Portuguesa de Editores e Livreiros, na categoria de ficção relativa a 2004, com a sua obra, “É segredo”.
Neste romance com mais de 400 páginas, encontra-se segundo o autor, um segredo de poesia.
A acção do livro decorre nas cidades portuguesas Lisboa, Porto e Amarante.
O autor é um estudioso da literatura que ama profundamente as artes literárias, particularmente a literatura portuguesa e espanhola.
Gabriel Magalhães é licenciado pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e é doutorado pela Universidade de Salamanca onde leccionou durante vários anos.
É actualmente docente na UBI onde exerce as funções de director da licenciatura em Português e Espanhol.
É Segredo, vai agora ser publicado pela Difel com uma primeira tiragem de 2 mil exemplares e terá a comparticipação do Instituto Português do Livro e das Bibliotecas (IPLB).
No próximo verão teremos nas livrarias esta interessante obra, que muito provavelmente nos deliciará conduzindo-nos através do seu segredo.

Também obteve este prémio, na mesma categoria, Filipa Martins com a obra "Elogio do Passeio Público". O Prémio de Revelação da APE distingue os melhores autores ainda sem obra editada individualmente nas áreas a que concorrem.

Wednesday, January 25, 2006

A harmonia das cores


A harmonia das cores é uma realidade objectiva.
Harmonia significa equilíbrio, simetria de forças.
O estudo dos processos fisiológicos face às percepções das cores é esclarecedor.
Se fizermos a seguinte experiência: Olhar um quadrado verde, num local bem iluminado durante algum tempo, (cerca de 30 segundos) e em seguida fecharmos os olhos veremos com os olhos fechados um quadrado vermelho durante algum tempo.
Se nas mesmas condições olharmos um quadrado vermelho e em seguida fecharmos os olhos será um quadrado verde que veremos com os olhos fechados. Olhando qualquer cor a imagem residual é sempre a cor complementar que aparece depois de fechar os olhos. Chama-se a este fenómeno contraste sucessivo.
Os olhos exigem sempre e produzem a cor complementar. Os olhos procuram juntamente com o cérebro restabelecer o equilíbrio de cores.
Este equilíbrio de cores exigido pelos olhos e pelo cérebro é o fundamento da harmonia de cores.

Wednesday, January 18, 2006

Capelinha do Senhor da Pedra em Esmoriz - Óleo sobre tela


Uma cruz visível numa igreja distante, fazia sentir o peso da veleidade da vida e da morte na consciência.
A cruz, símbolo poderosíssimo das direcções cruciais da existência:
A vertical, direcção ascendente simbolizando a vida que nasce e cresce sempre para cima nas árvores, plantas comuns e nas pessoas, direcção instável, vida efémera e passageira;
A direcção horizontal da prostração, estável, da ausência perpétua da vida após a morte.
A cruz, junção da morte e da vida, cruzamento da verticalidade efémera mas riquíssima, com a horizontalidade estável mas inerte.
Qual o significado daqueles momentos aparentemente sem significado?

Castrália


À beira da estrada asfaltada, um portão em ferro forjado com peças recortadas a limitar espaços vazios, dá o nome daquela mansão – Castrália.
Casa de tectos altos e divisões sombrias onde a luz à entrada passando por vitral, faz incidir colorações estranhas, nos objectos e nas pessoas.
À volta de ambos os lados e na frente pequenos espaços ajardinados encontram-se semi-abandonados.
Quem seria a pessoa que mandou construir tal residência, que sugere um mausoléu dos tempos modernos?
Um grupo de jovens, rapazes e raparigas, numa tarde de Outono, deambularam naquelas divisões e nos espaços ajardinados. Ocuparam o tempo com deslocações desnecessárias, entrando e saindo, nos espaços exteriores e nas divisões interiores da Castrália.
Na sala de estar havia um piano antigo algo desafinado. Nada melhor que a música para encher um espaço vazio sem ocupar o espaço. Sons audíveis que encontram ou desencontram a harmonia, afectando os sentimentos, construindo imagens mentais situadas para lá da linguagem através de graves e agudos, de fortes e fracos, resultantes das cordas vibrantes por precursão em uníssono. Sons de tristeza da alegria inexistente, de uma casa sem sentido, de um tempo que passa, sem nada para uma juventude que muito esperava porque nada tinha além da sua juventude e que quando viesse a ter alguma coisa já teria perdido a juventude.
Ao fundo da sala havia uma janela. Em baixo, lá fora, campos e algumas árvores lá longe.
Qual o significado daqueles momentos aparentemente sem significado?